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CONCURSO CAIXA-IAB 2006 -

 

Em 2006 recebemos Menção Honrosa no "Concurso Público Nacional de Idéias e Soluções para Habitação Social no Brasil - Prêmio Caixa/Iab 2006". O projeto foi inscrito na categoria "Lotes Urbanos de pequeno porte, propiciando tipologias multifamiliares de densidade média, sem utilização de elevadores". O objetivo do concurso foi buscar idéias e soluções inovadoras para o problema do déficit habitacional brasileiro, principalmente para a população com faixa de renda familiar de até cinco salários mínimos.

MEMORIAL DESCRITIVO

O LUGAR.

Palmas, capital de Tocantins, localiza-se no centro do Estado, à margem direita do Rio Tocantins, cercada pelas serras do Carmo e do Lajeado. Totalmente planejada com dese­nho urbano moderno, a cidade apresenta uma ocupação extremamente horizontal e ainda pouco adensada. A malha urbana é formada por largas avenidas delimitando superquadras, subdivididas por ruas perimetrais e alamedas que conformam quarteirões menores. Em cada superquadra coexistem zonas residenciais, comerciais, setores de equipamentos públicos, áreas de estacionamento e áreas verdes.

O terreno em questão, com área de 3384m², é bastante peculiar. Localizado no miolo de um quarteirão, é contornado por lotes residenciais uni-familiares, com ocupação praticamente de­finitiva, de padrão médio e altimetria média de 2 pavimentos.

A acessibilidade ao terreno é facilitada para automóveis através das grandes avenidas e ruas lindeiras à super-quadra e pelo transporte público. Devido ao relevo bastante suave da cidade, as principais formas de transporte em Palmas são motos e bicicletas, essa a mais viável, principalmente para as comunidades mais pobres. Já existem ciclovias implantadas e outras com previsão de implantação, inclusive na super-quadra onde se encontra o terreno. A entrada do terreno é feita por um lote perpendicular, que funciona como rua de acesso particular. A região do terreno conta com toda infra-estrutura básica (água, esgoto, energia, coleta de lixo) além de equipamentos públicos e comerciais (posto de saúde, posto policial, creche, super­mercado, comércio básico e escola).

A OCUPAÇÃO.

O plano diretor de Palmas encontra-se em fase de revisão com participação popular e incentiva o adensamento maior nas áreas já parceladas, evitando a ampliação da ocupação urbana do território e o surgimento de periferias desorganizadas. Acompanhando essas diretrizes de ocupação, surge a proposta de um edifício com perfil volumétrico de alturas variáveis, equilíbrio entre a paisagem e a função social da terra, com adensamento ao mesmo tempo alto e criterioso, permitindo a liberação de áreas livres comunitárias no nível do solo e no topo do prédio.

A variação de volumes cria interseções e vazios, em pilotis, terraços, passarelas e escadas abertas que, além da diminuição da massa do edifício, privilegiam o espaço público, proporcionam visadas para a paisagem e ampliam a circulação do ar e o controle da insolação.

O EDIFÍCIO.

O edifício, resolvido em 3 blocos (3 eixos), abriga 58 apartamentos, conectados por 5 escadas e 6 passarelas, e conforma um amplo pátio central, vazado no pilotis no eixo de acesso e aberto na extremidade para a área arborizada existente. O pátio, protegido em seu uso pela visibilidade garantida pelas janelas de todos os apartamentos que ali se abrem, é também espaço de estacionamento arborizado.

O terraço coletivo, acessado pelas escadas e passarelas dos diversos blocos, suaviza a altura do edifício e se abre em direção à vista do rio. As extremidades dos blocos são resolvidas em apartamentos duplex, otimizando o aproveitamento das dimensões do terreno.

AS UNIDADES. O programa arquitetônico é o mesmo em todas as unidades: 2 quartos, banheiro, sala, cozinha e área de serviço. As dimensões e o arranjo espacial, no entanto, buscam atender modos de morar variados, permitindo flexibilidade de uso e modificações futuras. A cozinha é integrada à sala, ampliando o espaço e economizando alvenaria, mas podendo ser fechada futuramente, dependendo do desejo de cada morador. A área de serviços, normalmente sub-valorizada em projetos habitacionais, foi redimensionada, funcionando como extensão da cozinha e também como varanda, podendo se articular à sala. A possibilidade de ser usada como espaço para atividades de geração de renda é, assim, ampliada.

CLIENTE: Caixa / IAB

LOCAL: Palmas, TO

DATA: 2006

AUTORES: Horizontes Arquitetura e Urbanismo (Gabriel Velloso da Rocha Pereira, Luiz Felipe de Farias e Marcelo Palhares Santiago), Maria Elisa Baptista e Matheus M. F. de Melo

COLABORADORES: Carlos Gomez, Thiago Vieira e Rafaela Ferreira