POLÊMICA SOBRE TRANSFORMAR PRAÇA SETE EM 'TIMES SQUARE', ENTREVISTA AO G1
A polêmica proposta da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte de instalar painéis eletrônicos publicitários de LED em edifícios históricos da Praça Sete, comparando-a à Times Square de Nova Iorque, foi criticada pelo arquiteto e urbanista Marcelo Palhares Santiago, diretor da Horizontes Arquitetura e Urbanismo e representante da AsBEA-MG (Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura). Em entrevista ao G1, ele destacou os riscos à preservação do patrimônio e contestou a ideia de que os painéis seriam suficientes para impulsionar o turismo.
Times Square não é só LED: a lição que Belo Horizonte precisa aprender
Ao rebater a justificativa de "modernização" baseada no modelo nova-iorquino, Marcelo Palhares Santiago ressaltou que o sucesso da Times Square veio de mudanças urbanísticas profundas:
"Na década de 1980, a Times Square não era assim [como conhecemos hoje]. Houve um plano urbanístico para recuperar aquela área e isso envolveu incentivos para atividades culturais, incentivo para comércios de alto padrão e incentivo para a restauração de edifícios. Além disso, uma intervenção urbanística que reduziu a área de veículos, a transformando em uma grande praça. É a partir dessas transformações que efetivamente se transformou em uma área turística, não [por causa dos] painéis eletrônicos"
Turismo se faz com identidade, não com cópias
Ao rebater a justificativa de "modernização" baseada no modelo nova-iorquino, Marcelo Palhares Santiago ressaltou que o sucesso da Times Square veio de mudanças urbanísticas profundas, não apenas da instalação de telas:
"A principal motivação do turismo em cidades importantes do mundo inteiro é conhecer identidades locais e espaços com características próprias. Belo Horizonte tem uma identidade própria que deve ser priorizada em vez de copiar a identidade de outros lugares"
Por que a proposta é um risco ao patrimônio?
Edifícios tombados: A instalação de estruturas invasivas compromete a integridade de prédios históricos.
Falta de planejamento urbano: Projetos de revitalização exigem estudos técnicos e participação social, não apenas intervenções superficiais.
Impacto visual: A poluição luminosa e visual pode descaracterizar um símbolo da cidade.
Leia a matéria completa no G1 e entenda por que especialistas defendem que modernização deve andar de mãos dadas com preservação.