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COMUNICAÇÃO VISUAL DO MAP

 

O edifício do MAP-Museu de Arte da Pampulha, antigo cassino da Pampulha, foi projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado em 1942. O edifício será objeto de uma restauração completa que visa reparar danos causados por mau uso e pelo tempo, além de recuperar as características volumétricas originais. Esta reforma faz parte dos compromissos assumidos pela prefeitura de Belo Horizonte com a Unesco, pelo reconhecimento do Conjunto moderno da Pampulha como Patrimônio Cultural da Humanidade.

A Horizontes Arquitetura e Urbanismo foi responsável pelo desenvolvimento dos projetos de arquitetura e engenharia, e também pelo projeto de comunicação visual, que visa orientar e melhorar a experiência dos visitantes e funcionários no uso dos diversos ambientes da edificação.

A principal premissa para este projeto foi a discrição e respeito com a arquitetura existente. A nova sinalização deveria chamar atenção do usuário de forma a orientá-lo, sem, contudo impactar na leitura espacial da arquitetura do MAP.

A partir destas premissas, buscou-se identificar os elementos formais característicos do edifício. A arquitetura moderna do Museu enfatiza o diálogo de ângulos retos e linhas retas bem proporcionadas concordantes com curvas suaves. Este principio foi introduzido no desenho dos pictograma. Todos os pictogramas foram especialmente concebidos para o MAP, inspirados na geometria de sua arquitetura e desenvolvidos com as mesmas proporções entre espessura de linha e espaçamentos da fonte principal, Nilland. Estes cuidados contribuem para reforçar a identidade visual do sistema, através da conexão sutil e harmônica entre os sinais gráficos principais.

A família tipográfica Nilland foi utilizada para informações textuais de primeiro nível hierárquico e, por isso, recebeu também destaque através da aplicação em letra caixa, em algumas peças, e maior altura de texto. Essa tipografia foi escolhida por seu equilíbrio e relação clara entre ângulos retos e curvas, característica marcante também do Museu. Ao mesmo tempo, ela apresenta leiturabilidade adequada, números claros e espaçamento compacto entre os caracteres.

Para as informações de segundo nível hierarquico foi utilizada uma segunda família de fontes, Helvetica Neue. Ela foi escolhida para as informações gerais em função de sua boa leiturabilidade, clareza visual, espaçamento compacto e economia de espaço. Essa família foi utilizada na sua forma Regular, para informações em português, e na forma Light, para informações em inglês e demais informações secundárias.

Para definição das cores foi feito um levantamento dos principais materiais do interior do edifício, que evidenciou a grande variedade de cores e texturas existentes, com predomínio de tons amarelados e cinza azulados. Para manter coerência à premissa básica de intervenção mínima sobre o edifício, definiram-se as cores brancas para textos e pictogramas e cinza neutro para fundo, garantindo alto contraste e facilidade de leitura.

Todas as peças (totens, adesivos e placas) foram criadas com formas retas e simples para se adaptarem facilmente aos diferentes ambientes do Museu. As peças receberão informações bilíngues (português e inglês), em braile e identificação do uso original e atual de cada ambiente.

Foram criadas 3 tipos de peças, respeitando as necessidades específicas de cada tipo de aplicação: totens de vidro, placas metálicas e adesivos. As peças somente serão fixadas em elementos verticais (paredes, pilares, portas, etc) em ambientes onde houver paredes brancas e painéis/divisórias de vidro. Nos ambientes revestidos com materiais nobres serão usados totens, evitando fixação sobre os revestimentos existentes.

Os totens serão produzidos em chapas de vidro, estruturados sobre base metálica pintada. As informações serão adesivadas diretamente sobre o vidro. O uso de totens em vidro objetiva permitir a aplicação de informações em elemento translucido, mantendo livre a permeabilidade visual/espacial dos espaços do MAP. Para preservar os pisos, os totens receberão um fundo em feltro fixado à base metálica, para que se possa equilibrá-lo sem fixá-lo sobre o piso.

As placas de orientação, indicação de ambiente, pictogramas e identificação das esculturas serão executadas em chapas metálicas pintadas.

As peças adesivas serão aplicadas diretamente sobre divisórias, painéis e portas de vidro.

O projeto de comunicação visual buscou empregar cores, materiais e símbolos discretos e elegantes, comunicando as informações funcionais necessárias para orientação, acrescidas de informações históricas e garantindo a legibilidade e acessibilidade universal (braile e tamanhos de texto que garantem leitura a distâncias confortáveis).

A execução deste projeto de comunicação visual permitirá que os visitantes e funcionários do MAP possam usufruir plenamente de todos os espaços da edificação, garantindo uma experiência satisfatória e prazerosa. Para a população em geral, a comunicação visual completa o projeto de restauro, reinserindo e potencializando a edificação como espaço cultural de grande importância para a cidade.